quinta-feira, 22 de outubro de 2009

[Medo] Os medos do tempo, o presente que damos à pressa, esquecendo da vida, olhando o relógio

Lembro muito bem de um pesadelo que eu tinha na infância. Eu sempre via relógios por toda parte de onde olhava, e isso me desesperava, de um modo tal que simples relógios me tiravam o sono. Não consigo compreender que sonho esquisito era aquele, mas ele me mostra, 15 anos depois, que a humanidade é oprimida por uma maquininha chamada "relógio"; mais que isso, ele é o verdadeiro Deus onipresente de nossa existência.

Tratamos o relógio como os incas tratariam um antigo Deus de sua civilização: damos-lhes nosso coração, extraído vivo e pulsante, pela boca. Acordamos atrasados, comemos mal no café, por pressa, menos do que queríamos comer, mas já se torna certamente muito tempo para perder o ônibus, perder o trem e chegar atrasado no trabalho. Mas por que chegar atrasado é tão indesejável? Será que gostamos tanto de chegarmos na hora simplesmente por prazer de estar pontual? Talvez a resposta esteja em outro campo da vida.

A pressa é devido ao alto custo do atraso. O dinheiro como mola que move o mundo é de multiplicação intensa, veloz e sem permitir passos para trás. Não nos dá margem ao erro, ou a quaisquer tentativas de entender o que fazemos durante o processo. Mal se planeja, se executa como dá, e depois olhamos para trás e vemos a cagada que fizemos. Bem vindo à era 3G!

Grande Guloso e Grotesco. O atual período nos trás Grandes Possibilidades sociais, porpem o capitalismo é Guloso, o que dá resultados Grotescos (3G).

Em posts futuros estarei discorrendo aqui análises da fluidez do trânsito das grandes cidades brasileiras, em especial do Rio de Janeiro. Soluções simples, ou caras? Soluções filosóficas? Será possível solução? Acredite, o que não faltam são propostas para tornar o atraso coisa atrasada, e tornar a vida mais confortável a bordo de meios de transporte inteligente...porém, a execução jamais é iniciada pelos gestores e administradores da coisa pública. Por enquanto, que tal sair de casa sem o relógio? Acredite, o pesadelo é terrível.

3 comentários:

Anônimo disse...

Cara, que tipo de sonho sinistro vc tinha heim...
Sabe, pensando um pouco sobre o tempo eu percebi que há um tempo que o relógio não pode mensurar, um tempo subjetivo que não passa com a mesma rapidez que o relógio avança.

Anônimo disse...

Há momentos em que o tempo simplesmente não passa e outros que, por mais que o relógio avance nós não conseguimos nos convencer de que o momento está próximo do fim

Unknown disse...

gostaria de saber quem vc é

escreveu de modomuito bonito

 
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